Bato o sebastião no balcão e o taberneiro lembra-me as contas penduradas que a última foi à má-fila e nem dei tempo de lhe dizer quanto devía, que deve ser por isso que há muito não ponho lá os cotos com vergonha e tudo, e tudo pois então, e a russa, safa-se. Quer pormenores, se é para todo o serviço, todo o serviço, limpar, passar a ferro e cozinhar. Um dos velhotes pergunta se já passei o corredor a pano, gargalhadas, é para isso que pago respondo, para não ter que fazer nenhum e tu ó velho vê lá se te cai a placa, assobios, palmas e pedras de dominó a bater a meias com o gesto de outras a bater, ainda te gastas e depois não sobras para os bonecos, deixá-los rir anda serve-me outro e vais pagar? Encosto as costas ao balcão e vejo a claridade a atravessar o tasco, às vezes vía a puta de um chinelo só a subir a calçada e pensava que desgraçada ali vai agora penso que desgraçado aqui estou a olhar para a porta que não a vejo passar. Vou pagar sim, tudo.
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