ANTES QUE A NOITE CHEGUE

(SOLILÓQUIOS E METAMORFOSES)
Abres a janela abres a camisa abres o teu corpo. Caminhar igual em pés nus aprendi contigo o que me faz esquecer ladeira abaixo o encosto da taberna não me apetecem copos e não me apetecem sapatos e também da conversa dos velhos não trago saudades da subida até casa. Recluso-me em ti e no teu corpo, abotoo-me na tua camisa, voo na noite de intenso azul achando que é a última, janelas abertas ou o quadro a beber pinceladas e antes que chegue silencío nos teus olhos o que não preciso de dizer tu pões dois dedos na minha boca a mandar calar as palavras que encosto aos dentes.