Ouço-a a arrastar a gordura até à minha porta, a respiração ofegante, quase sinto o cabelo colado na porta, o ouvido a tentar descortinar se estou cá dentro, estou cá dentro estou mas não estou para ti, revolta-me não ser dono do meu espaço, do meu capacho, da madeira da minha porta, do meu patamar, do ar à volta, isto é meu, xô vizinha não estou andor, querías saber o que faço cá dentro não era, mosquinha gorda. E a puta de olhos abertos, boca aberta, pé descalço no meio da minha sala e debaixo dos meus belissimos tectos, isto é inacreditável!!! Silêncio, bateu com a porta, foi-se, agora nós. Não te dispas por favor, vai-te embora, não quero nada contigo rapariga, vai-te embora e nunca mais voltes nem para água estás a ouvir. Agora veste-se mas não diz nada. Não fala. Bebe lá a água e pira-te tenho de trabalhar e não venhas cá mais. É a sério que falo. Não mexas no meu trabalho tens as mãos sujas.
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