Não consigo dormir e não consigo sonhar. Desabituei-me da condução pela direita e tudo o que um homem deve fazer às direitas eu pareço ter perdido num mato esquecido que muito procuro e só acho cimento e arames. Encostei o carro. Vou até à taberna onde os outros ainda me conhecem e me chamam o nome. De resto nada parece saber de mim e eu não me incomodo. Nem sequer desfiz as malas embora saiba que não há retorno e tento convencer-me de que devería sentir tristeza por tal mas não sinto, não sinto nada, sinto-me anestesiado e pronto para ser cortado e depois cosido e depois com uma palmada no ombro pronto a andar. Só não sei para onde. Talvez para dentro de casa e desta para a taberna, rua acima, rua abaixo. Até que a noite se lembre de me visitar e acordar em mim o sonho que parece ter adormecido com uma anestesia tão profunda que entrou em coma.
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