ANTES QUE A NOITE CHEGUE

(SOLILÓQUIOS E METAMORFOSES)
Sinto-me doente, o vinho de ontem adoeceu-me. E também as conversas de tasca levadas para a tragédia dos homens e das mulheres, tudo à mistura com o sarro do barril e aquela palavra, até na tasca a falam e enchem a boca como se fosse mais um gole que tragam queimando-lhes as entranhas. Puseram-me doente com as perguntas que me fizeram, se não tenho mulher, o que é feito dela e na falta há sempre uma puta que faz um jeito na vizinhança que nem só do dinheiro elas vivem, também precisam daquilo, nem que seja por uma hora e sem serviço à lista e a pedido dizem-me aquela palavra quantas vezes eu quiser. Estou nauseado de tanto amor que me atiram à cara. Maldita palavra!

3 comentários:

quase imortal disse...

Conversas de tasca iguais às de outros locais. Muitas vezes a única diferença é que na tasca são faladas em voz mais alta.

Luna disse...

Porquê maldita?
Não acreditas no amor ou...receia-lo?

(Não respondas. Prefiro (tentar) descobrir.

Mas acho que o que mais temes é que a magia se desfaça, quando a palavra é dita, mesmo quando sentida.

Ou...

Bjs

Lalisca disse...

Muitas vezes não sei se o amor é um castigo, se uma benção...tem dias eu acho!!


beijos e desculpa-me a repetição da maldita palavra!