A noite e as noites, a noite fora da minha sala são noites novas, vejo os animais que da minha janela parecem homens e mulheres a dobrarem esquinas, só a sombra se lhes atrasa, imagino-os a chocar uns contra os outros pelo sobressalto do ângulo, depois cheiram-se, lutam pelo passeio empedrado ou acasalam. É tudo tão simples à noite. Deixei-me ficar na taberna à espera que ela saísse, não a quero ver, prefiro as invenções que se sentam e me arrastam nesta marca de copos sobre o mármore do tampo das mesas sujas nas palavras contadas de cor por quem entrou na noite e nunca mais saiu, falam-me dos animais da noite empurrados por vinhos azedos que os baralham, estou enjoado, quero vomitar, mas tenho medo que na golfada me saía o que acabei de ouvir.
1 comentário:
Quase que me vi numa velha Taberna em LX...
beijinho
Enviar um comentário