Se vens para continuar o discurso de ontem melhor não apareceres, não tenho pachorra, está demasiado calor, dormi mal e tenho trabalho para fazer, além de que é uma absoluta perda de tempo, tu vais sempre voltar ao mesmo assunto e à mesma necessidade de falares sobre essa coisa e eu hei-de continuar a evitar dizer a palavrinha que tanto te agrada e a mim me põe os cabelos em pé, para quê, isso adianta alguma coisa em relação a nós, à nossa relação, aos nossos momentos, torna o sexo melhor, não. É só um substantivo. Lá vens tu, as sevilhanas nos pés como castanholas, já te ouço, depois as pancadinhas na porta. De seguida falas de tudo e de nada, mexes no estirador, nos lápis, espreitas o frigorifico, regressas à sala, atiras-te ao sofá e abanas a perna traçada. Talvez te apeteça o mesmo que a mim ou não, logo descubro. Como vês não é preciso falar daquela coisa para te saber toda, é suficiente conhecer a noite antes que ela chegue.
2 comentários:
não a sabes! se assim fosse já teria perdido o fascinio, e não ouvirias castanholas nem sevilhanas quando se aproxima...
mas sabes que temes a palavrinha que minimizas para que as sombras da noite não percam a escuridão onde escondes verdades claras à mistura com inseguranças e manjericos ainda a florir
beijo-te na aurora
Há palavras, mesmo que palavrinhas que só devem ser ditas, quando sentidas. Nunca por obrigação.
(A não ser que te apeteça e não a digas por espírito de contradição, lol)
Beijo de Chá de Menta
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