ANTES QUE A NOITE CHEGUE

(SOLILÓQUIOS E METAMORFOSES)
Noite longa, marchas a ecoarem pelas vielas, pelos becos, pelos pátios, adormeci com o som de vidros estilhaçados e gritos, amantes, putas e chulos, risos, um gato a miar à lua, não houve lua talvez por isso miasse. Fiz a noite de braço à cintura dela, mãos dadas com o sereno que a madrugada vem reclamar, cheira a despedida, porque será que a madrugada cheira sempre a despedida, embrulho-me nestas coisas sem nexo e adormeço com o cheiro do meu corpo, tão diferente do teu a maresia e a bronzeador. Quando voltares sei que me vais perguntar como foram as coisas por aqui, encolho os ombros, que queres, há coisas que não se repetem.

5 comentários:

o Reverso disse...

eu diria que nada se repete. até o que ainda é já não é da mesma maneira.

um abraço

gabrielle disse...

hoje, só hoje... também eu adormecerei nos braços da noite, onde os ruidos se confundem com os desejos, e os aromas despertam os sentidos

beijo nocturno

O outro lado do espelho disse...

Na duvida te deixo, então:-D.

Na certeza, que há coisas que não se repetem. (Talvez por isso, a minha partida...)

Bjs do lado de cá (do espelho).

Mais do que as madrugada, as noites que sabemos não ter, são de despedida. Anunciada.

Luna disse...

A noite e a magia da Lua.

Bj de Lua Cheia.

Arábica disse...

Nem Lisboa e as suas histórias se voltarão a repetir.

Depois da sardinha, das mulheres e homens que vestiram a cidade por uma noite, chega-me a voz de um fadista perdido:

-sombra que passa e nada mais...


Abraço.