Estranho silêncio este em que consigo ouvir tudo o que é ruído da rua sem a tua voz a tentar sobrepor-se ao natural barulho. E a chuva. Pequenina é verdade, mais para refrescar o chão do que para o lavar, mas o bastante para me fazer sorrir ironicamente sobre os teus planos de escapadinha junto ao mar, parece que até o S.Pedro é meu aliado nesta piada. Não sou vingativo mas ontem deste-me cabo da cabeça e hoje é a minha vez de sentir algum gozo a imaginar-te a chamares-me nomes feios e atribuíres esta chuvinha como praga que te roguei, tivesse eu esse poder. Ainda bem que não estás nem vais estar nos próximos dias, posso recuperar algumas coisas inexplicáveis para ti e vitais para mim, nada de muito importante mas que me faz falta, encostar-me ao parapeito, olhar o rio até me doer os olhos para tentar decifrar o nome do cargueiro, ouvir a vizinha a sacudir os tapetes e principalmente tentar fixar as cores do final do dia às tiras sobre o horizonte até escorrerem de vez para a noite.
1 comentário:
Por vezes é necessário um espaço no tempo, e nesse tempo sermos só nós no singular!!
beijos
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