Entras e enches-me a sala com o mundo lá de fora, o teu, das coisas que te interessam, enches o tempo com conversa de encher e eu desde ontem que estou à espera, ainda não falaste de mim, de eu não ter ido contigo, eu conheço-te, tu não és de deixar em branco uma coisa destas sem debateres, repisares, apontares o dedinho do código Morse, culpares-me de qualquer coisa. Tu não és simplesmente simples. Mesmo que já tenha passado e eu não tenha ido e nada possa alterar esse facto. Não falaste de saudades nem me perguntaste insistentemente se senti a tua falta e mais que tudo nem sequer disseste aquela palavra nem apertaste comigo para que a refira. Estou alerta. Sabes, pareces a noite naqueles dias de Outono que chega de repente à hora do lanche...
2 comentários:
Com os teus relatos fazes com que o leitor desenhe num papel branco a imagem de tal mulher. Determinada, diria... mas isso são os meus lápis que saltam da caixa e pintam-na de todas as cores (as possíveis e as imagináveis!).
Bj.
...e apetece um chá de menta, no sofá escarlate, enrolados numa manta de caxemira. Só porque é Outono e a noite chega mais cedo...
E a janela aberta que ilumina a sala com o luar.
Bj (daqui)
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