Sou uma besta. Não devia ter tratado a miuda daquela maneira, agora estou aqui roído de remorsos por lhe ter atirado com a porta na cara e lhe ter negado mais água, que bebesse o Tejo se tinha sede e se ela levou aquilo a peito e se atirou, sabe-se lá que merda de vida tem uma gaja daquelas, drogada, completamente drogada, capaz de fazer uma loucura no desespero. Teve uma lata enorme vir aqui bater-me à porta, um desconhecido, eu. Cliente. Bater à porta do cliente a pedir água. Ainda por cima nem me serviu da outra vez. Paguei e não fui servido. Apalpou-me e não comi. Marketing fraudulento. Uma puta de chinelos de meter o dedo. Bem sujos por sinal. Deve ter andado descalça, quem sabe. Se se tivesse enfiado na minha cama sujava-me a roupa. A menos que o fizessemos em pé. De pé. Estou a sentir-me em pé de guerra e vou aproveitar a oportunidade com ambas as mãos. Literalmente. Antes que me caia a noite.
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