ANTES QUE A NOITE CHEGUE

(SOLILÓQUIOS E METAMORFOSES)
Saí porque precisava de comprar material, voltei logo. Quero guardar dentro da minha sala e só comigo, na mão um copo do meu vinho preferido, o sabor da surpresa que tive. Fui à Brasileira tomar um café, imperdoável saír para aquelas bandas e não beber o ambiente daquela casa. Estava ocupadissimo a tomar notas mentais dos que entravam e saíam quando ouvi o meu nome, era mesmo comigo, uma voz desconhecida. Não a reconheci de imediato, agora é loura, quando eramos colegas de curso era morenissima, novissima, boazissima e não me prestava atenção alguma. Nem sabía o que havía de dizer, limitei-me a responder por monossílabos, ela cheia de perguntas. E a rematar um convite, eu disse logo que sim, mas acho que as palavras me saíram por antecipação, nem sequer as pensei, quando dei por mim estava a concordar com uma estranha, eu também devo ser um desconhecido para ela. E agora aqui em casa, com o entardecer a escorrer pelas paredes permito-me lembrar como ela era, como é e tenho vontade de sorrir.

3 comentários:

ABC disse...

quando o tempo regressa do tempo...memórias que se penduram no estendal da nossa vida. para esvoaçarem ao vento, num sorriso.

Lalisca disse...

As pessoas mudam, mas já valeu pelo sorriso nos teus lábios...


beijinho

Luna disse...

Recomeçar é a palavra.
Vidas novas em novas e (excitantes!) experiências.
Baci di mare