A vizinhança pergunta-me por ela, as cuscas do costume andam danadas para saber o que aconteceu, devem ter ouvido a discussão naquele dia, janelas abertas, casas pegadas, já se sabe, é o jornal da caserna. Eu sorrio, dou-lhes a salvação e não respondo, sei como contornar o sentido de comunidade que esta gente partilha de que o problema de um é o problema de todos, já moro aqui há tempo suficiente para saber como funcionam e se algumas vezes me irrita profundamente tantas perguntas pela noiva, doutras divertem-me mesmo, até já as usei para os bonecos animados. Elas e eles também já se habituaram a mim, às minhas transformações antes daquele momento curtíssimo que ninguém consegue precisar sobre a mudança do dia para a noite. Agora é dia e agora já é noite, a ponte o entardecer mas alguém sabe explicar quando?
1 comentário:
Quando a saudade cai direita ao peito e a noite tarda em chegar.
Quando sabemos que há luar. Mesmo que a Lua não se veja.
Quando sabemos que o Sol brilha e o dia está nublado.
Quando...
Beijo
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