ANTES QUE A NOITE CHEGUE

(SOLILÓQUIOS E METAMORFOSES)
Os saltos, os toques na porta, abro-te a porta e uma onda inunda a minha sala, vens barulhenta, animada, bronzeada. Então, que achas, bronzeada, só isso? Que mais há para achar não sei mas vou já, já saber, falas pelos cotovelos e não te consigo acompanhar, repetes nomes de pessoas que não faço a minima quem sejam mas teimas em falar delas como se fossem visita da minha casa, estou contente de te ver mas ao mesmo tempo tenho saudades de ontem e do silêncio de estar comigo só, olho para o cravo de papel vermelho em cima do estirador e penso que foi uma idéia estúpida em ter-to guardado para te dar, que importa uma merda de papel comparada com todos os dias de festa que tiveste e que me parece foste a rainha do baile? Sento-me, isto vai durar. Para além do beijo casual da entrada não tive direito a mais nada, nem sequer a sentir-te o cheiro, estás de pé na maior oratória, gostava que de tanta excitação alguma sobrasse para o sexo que me apetece, agora, de pé, nem perguntaste como estou. Espero que a noite chegue, não se acanhe com tanto frenesim.

2 comentários:

Lalisca disse...

Pega na flor e dá-lhe e cala-a num beijo...



ah e beijos!

Unknown disse...

Torno bruna Costa d'Italia. Ma sembra che non sentono la mia assenza. Vi è un profumo femminile, e non l'uomo. "Can you tell me?". Poi mi dicono io.