Quando acordei já te tinhas ido, deu quase a impressão de que nem passaste cá a noite ou não fosse a escova de dentes molhada pousada apressadamente entre as torneiras do lavatório a denunciar mais tempo do que a visita habitual. Não gostava nada que isto se tornasse um hábito, gosto das coisas como estão, tu no teu sitio eu aqui, por alguma razão não fui viver contigo quando me convidaste, é que há coisas na vida que são mesmo assim, têm de ser assim para dar certo e eu não sou homem de viver com ninguém, tenho as minhas manias e os meus vicios que gosto secretamente de cumprir sem ter que dar satisfações a ninguém e depois estou demasiado adiantado em relação à tua idade para começar a ser outro homem, além de que gosto de mim assim e nem nunca me questionei que pudesse ser de outra forma. Isso são coisas de um passado que não vem ao caso. Uma noite longínqua em que pareceu que nunca mais havería de haver dia claro.
1 comentário:
Por amor, alteram-se hábitos, sem termos que mudar.
E acredita, todas as cartas que escrevi e escrevo, são destinadas e não são em espiral. Mesmo que pareçam sermos nós os destinatários...
Bjs
(Ah! Regressei...)
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