Ignoro a tua conversa, pago-te na mesma moeda. Vou gemendo hum, hum, sinal de que estou vivo mas quero que percebas que nada do que digas pode ter importância. Na verdade, estou a tentar não te ouvir propositadamente e hoje que me esforço para não te ouvir estou a conseguir reter todas as cretinices que vazas como um dique em fuga. Quero que entendas que te ignoro, sarcasticamente, que não te perdoo a banalização em que transformaste o meu entusiasmo pela exposição de pintura. Mas vais mais além: Ignoras que eu te ignoro. Bates com a porta. Esqueceste o telemóvel entalado nas almofadas do sofá. Quase de certeza que foi intencional, só para eu não te ligar.
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